terça-feira, 18 de setembro de 2012

Mergulhando e conhecendo

O ser humano vem através do tempo, mergulhando a cada dia num espaço sem fundo, de onde está sendo difícil sair. A bem da verdade, nesse lugar o que é mais claro para nós é a sensação de uma grande solidão. A solidão que é a nossa própria natureza. É difícil e doloroso, mas já é hora de reconhecer e aceitar que estamos sós mesmo quando há tantas vozes ao redor. Você fala com alguém e não obtém qualquer resposta. O outro está tão longe e seu olhar está tão distante que deixa em você a sensação de estar só, de falar ao vento. E essas “pessoas” são muitas, na verdade todos os que nos ouvem sem colocar o seu coração nesta escuta. Fica uma sensação horrível de estar só mesmo quando acompanhado, assim como se as portas que nos separam do mundo estivessem todas trancadas.
A sensação de solidão é uma triste realidade em muitos momentos da vida. A não ser que você esteja aprendendo a se fazer companhia. Isto pode parecer estranho, mas asseguro que não é. Ao contrário, é o maior barato você falar com você. Não aquela conversa que ocorre de modo inconsciente, - de repente se vê falando sozinho -, não. Falo de uma conversa consciente, atenta, em que você comanda. Como se uma parte de você perguntasse a outro você e essa parte respondesse. E isto com o maior respeito a opiniões, idéias, conceitos, e tantas coisas que, tenho a certeza você tem a dizer de maneira tão bonita, tão brilhante a respeito da vida. Quem sabe você pode se perceber falando tão bonito, até de forma poética sem medo de se tornar ridículo, piegas ou patético? Talvez o outro ou outros você, se surpreendam com seus conhecimentos, suas descobertas e sua capacidade de falar com clareza e lucidez. Podem até querer aprender as tantas coisas que você tem a lhes ensinar. E, de repente você, querido leitor, descobre que estar só, pode ser uma experiência fantástica, sem significar solidão, ao contrário, um encontro de amigos queridos.
Pare por alguns instantes e se pergunte se existe maior solidão do que aquela que impossibilita o contato consigo mesmo, com a força que jaz adormecida no interior? A solidão que corrói pouco a pouco, enfraquecendo a vontade e a saúde. Esse talvez seja o pior dos males que neste tempo adoece o homem enquanto arrasa a sua auto-estima e o aprisiona mais a cada dia num mundo pequeno e sem cor. Esse homem é uma folha ao vento. Para ele não existe qualquer sinal do poder em sua vida. Apenas uma terrível fragilidade. Aí, exatamente neste ponto, que gostaria de poder tocar agora. Para isto me permito usar palavras que há muito tempo atrás me foram extremamente úteis porque me levaram para diante de um espelho e me permitiram ver alguém que eu ainda não conhecia.
“ Um guerreiro pode ser ferido mas não ofendido......O truque está naquilo a que se dá importância ...Ou a gente se faz forte ou se faz fraco. O trabalho é o mesmo...” .

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