domingo, 20 de janeiro de 2013

Caminho de retorno

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cont. de Sutratma, de Benjamin Creme

Há vários termos para ele e gostaria de trazê-los todos para mostrar a unidade e interligação desses diferentes métodos de expressar o que é essencialmente o processo único, a jornada de volta: O Caminho de Retorno.
Os místicos pensam nesse Caminho como sendo o Caminho para Deus. Eles pensam em termos de seus sentimentos e experiências religiosas e místicas, suas crenças religiosas e místicas, suas doutrinas e dogmas, suas práticas espirituais, os diferentes rituais que todos os homens devocionais e místicos utilizam como uma maneira de chegar até Deus através da crença, um vínculo consciencial entre a estrutura de crenças do indivíduo ( seja ele cristão, hindú, budista, ou outro) e aquilo que é a fonte de toda criação. A pessoa religiosa crê ser este o Caminho de Retorno, e certamente isto é perfeitamente verdadeiro. Mas nem todo mundo é religioso e o Caminho de Retorno, para o esotérico, é um caminho construido literalmente pelo discípulo. O discípulo constrói o caminho tornando-se o Caminho. Não se trata de algo já pronto e que possa ser sussurrado no seu ouvido. De forma alguma. É o próprio processo evolutivo. É o mesmo processo que trouxe os peixes para fora do mar em direção à terra seca, de onde eles evoluíram para, primeiramente répteis, depois mamíferos e em seguida uma enorme variedade de animais e, eventualmente, no ápice do desenvolvimento da forma, o reino humano. Acima do reino humano está o Reino das Almas, o reino cuja natureza é a consciência. O plano da consciência é exclusivamente aquele onde os Mestres têm trabalhado. O Caminho de Retorno é o Caminho pelo qual a consciência do que é e do vir a ser pode gradualmente se tornar conhecido pelo buscador, o indivíduo em evolução.
Em outras palavras, à medida que você busca, que você aspira, você cria diante de você mesmo, como DK diz : a "aranha cria do seu próprio ser o fio da seda", portanto, exatamente da mesma forma, o aspirante, o discípulo e o iniciado criam diante deles mesmos o Caminho de Retorno, o Caminho que ainda não está pronto.
É o caminho de expansão da consciência que constitui sua relação com o todo, é o meio pelo qual nós entendemos as mais profundas experiências e percepções de nossa conexão com o todo, o Macrocosmos. Isto é realizado por uma crescente expansão de consciência.
Estas expansões de consciência são marcadas em nosso planeta por cinco iniciações planetárias. Para o adepto há também quatro iniciações Cósmicas. Acima destas, e em todo o Cosmos, há iniciações após iniciações que continuam eternamente através de todo o espaço galáctico. Tudo isto é um processo pelo qual, através da construção do antahkarana, nossa relação individual com a totalidade torna-se gradualmente mais perceptível para nós.
O Antahkarana não é uma ‘forma’. Neste texto há uma forma denominada "O Antahkarana". É uma litografia feita de uma de minhas pinturas, e é uma representação puramente formal e simbólica do Antahkarana. A Mônada se reflete na alma como a Tríade Espiritual: Vontade espiritual, Amor-Sabedoria espiritual e inteligência espiritual, e esta por sua vez, se reflete no ser físico por meio da alma. O processo pelo qual isto se realiza é o Antahkarana. Nesta litografia, a imagem inferior representa o ser humano ternário; a coluna branca é a representação simbólica do tríplice fio do Antahkarana; e a forma amarela clara na parte de cima representa a própria alma. Esta litografia não é o Antahkarana; o Antahkarana não é uma forma. Por força da linguagem usada, muitas pessoas ao pensar no Antahkarana imaginam uma ponte. Esta ponte é construida primeiramente de matéria mental e depois de luz, então eles visualizam uma ponte material. Um artista precisa fazê-lo, com certeza; não se pode pintar um quadro sem uma forma. O artista precisa criar por meio de sua imaginação criadora uma forma que simbolize o processo, mas a forma não é o processo. É simplesmente um meio de expressar a idéia do processo.
Qualquer pessoa que pratique Meditação de Transmissão sabe o que é alinhamento. Quando o alinhamento é perfeito, simbolicamente falando, forma-se uma coluna de luz acima da cabeça dos que meditam. Nessa luz há três fios de energia. Esta é a forma, mas não é o Antahkarana. Precisamos entender que a forma e a idéia de uma ponte, a idéia de uma coluna de luz, a idéia de alguma forma feita de substância, é apenas uma maneira didática de explicar alguma coisa. Nós falamos de conscientização.
Num certo sentido, conscientização é uma maneira vaga e generalizada de falar sobre o processo de retorno. Nós retornamos através de uma gradual expansão de consciência, por meio da construção consciente do Antahkarana. Isto é criado primeiramente na matéria mental, entre a personalidade e a alma, e então pelo iniciado que já entrou em contato e encontra-se num estado de fusão com a alma iluminada, entre a alma e a Mônada, o mais elevado aspecto do tríplice ser. Então esta conexão se torna direta entre a Mônada e o ser divino, idêntico a Deus, o reflexo do nosso Logos Planetário e o homem ou a mulher no plano físico. Por este processo o nosso Logos Planetário realiza Seu Plano de evolução por todo o reino humano, e naturalmente da mesma forma, o Logos Solar realiza Seu maior e vasto Plano em todos os seres de todos os planetas do seu sistema solar ( no caso, o segundo). Este processo estará concluido no terceiro sistema solar, no qual o aspecto Monádico da Vontade, o Propósito, o Amor essencial de Deus atingirá sua expressão final e seu completamento.
Cada um de nós, neste exato momento, está comprometido na criação do Antahkarana. Um outro termo para Antahkarana, alem de ponte de luz, é Auto-Realização, que é como Maitreya o chama : "Eu vim ensinar a arte da Auto-Realização", disse Ele. A arte de Auto-realização é a ciência do Antahkarana; são a mesma e única coisa.
Maitreya disse que o caminho mais simples e mais direto compreende a prática de três coisas: honestidade de mente, sinceridade de espírito e desapego. Estas três levam à Auto-realização, e o fazem ao habilitar o homem ou mulher na criação do Antahkarana. Para a vasta maioria das pessoas no mundo este é um processo que acontece de maneira bem inconsciente. Muitos indivíduos não evoluidos estão conectados apenas pelo Sutratma, o fio da vida, que vem da Mônada através da alma e fica ancorado no coração. A humanidade média também se conecta pelo fio da consciência, o Antahkarana, e à medida que a pessoa evolui pela construção do primeiro estágio do Antahkarana, aquele entre o homem inferior e a alma, as energias da alma ficam disponíveis para ele ou ela.
A partir daí o processo criador começa. Isto estimula a mente e a imaginação criadora, e uma vida de criatividade e serviço se inicia. Criatividade e serviço são a mesma coisa; serviço é a vida da alma que se expressa criativamente no plano físico. Isto, então, domina mais e mais a vida do indivíduo e assim se faz a criação da cultura. Não é por acaso que a cultura de qualquer nação é criada pelos discípulos e iniciados daquela nação; foram eles que construiram o primeiro estágio do vínculo que conecta, a ponte, entre eles e suas almas.

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