sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Atravessando o Portal do Tempo XVII

XVII           “Faz parte do Caminho abraçar tanto a força como a  fraqueza.  
                         Aceitando todas as partes do seu Ser.
  Isto te torna mais capaz  de participar plenamente da vida e da  Grande Obra”

Depois de alguns dias de reflexão, resolveu fazer meditação usando os aspectos do Guerreiro, do Curador, do Visionário e do Mestre. Então começou a encontrar respostas que nunca havia pensado receber. Isto foi fundamental para no processo que estava vivendo.
 As imagens estranhas que apareciam tanto em sonhos, como em meditação, em estado alterado de consciência, foram ficando mais claras. Começavam a ter significado. Falavam dela em situações já vividas. Mas precisava ampliar a compreensão desses  significados. Olhar essas figuras e imagens de frente, ouvi-las melhor, aceitá-las como suas.  Algumas cenas  continuavam sem  fazer qualquer sentido. Estavam envoltas em fumaça.
 Desde que começou a sua busca havia aprendido muito. Lembrava com muito carinho daquele primeiro encontro com o Irmão no bosque quando fazia a  caminhada. Mas o tempo estava passando e ela muitas vezes, ainda se sentia um pouco perdida, apesar de   já ter adquirido bastante segurança e aprendizado.
Qual seria o significado daqueles sonhos que vinham sendo constantes nas últimas semanas? Teria que pedir ajuda a alguém.

Ligou para Marta. Tinham se tornado amigas. Ela era uma profissional séria e trabalhava com técnicas que podiam ser-lhe úteis para desvendar o significado  daquelas figuras e cenas que vinham até Clara como se pedissem para serem conhecidas,  ou tornar-se conscientes.
- Clara, podemos conversar, mas por questões éticas, não sei se poderei  atendê-la profissionalmente. Por que não vem até aqui? Converso com você no final da tarde, Certo?
 Agora Clara estava na sala de espera, aguardando ser recebida por Marta. Chegou cedo para não atrasar a amiga. Mas a amiga estava atrasada. Uma  mulher ao seu lado também esperava, queria dar notícias do  filho,  que na semana anterior havia sido atendido por ela.
 Enquanto esperava para entrar, a mulher contou  a Clara que o menino de doze anos de idade havia apresentado de repente, um estranho medo de elevador. Se estivesse acompanhado, tudo bem. Mas sozinho, de forma alguma ficava num elevador. Tinha pavor de sentir-se preso, dizia que o elevador poderia cair e ele morrer.
 Isto vinha trazendo sérias dificuldades para a criança e situações constrangedoras junto aos colegas, que riam dele. Quando queria descer para brincar no play do prédio onde morava, ele pedia que um dos amigos fosse até o seu apartamento para descerrem juntos.
Depois de esgotar todos os recursos que dispunha, a mãe levou-o para que Marta o ajudasse. Em vinte minutos de conversa, Marta utilizando a técnica para cura rápida de fobias que a Neurolingüística oferece libertou o menino do seu medo. Quando saiu do consultório de Marta, ele  demonstrou haver se livrado do problema que o limitava.. Estava curado.
Clara já lera algumas coisas sobre a Programação Neurolingüística mas ainda não havia conhecido um caso assim de perto.

Quando entrou comentou com a amiga sobre o relato que a mulher lá fora havia feito. E como ficara impressionada coma  história da criança.
- Realmente há casos  muito interessantes Esse menino havia assistido a um filme e posteriormente a uma novela de TV em que pessoas foram assassinadas em elevadores. Parece que os cabos teriam sido cortados ou algo assim. Ficou ansioso com as cenas mas jogou no inconsciente e as esqueceu. Algum tempo depois começou a apresentar a ansiedade e o medo quando estava em elevadores até ficar impedido de se ver  sozinhos em qualquer um.
Um caso também bem interessante foi o de um Senhor de mais de cinqüenta anos que me procurou há alguns dias. Ele tinha pavor de queda. É dono de uma grande Construtora de São Paulo, e devido ao seu trabalho,  tem necessidade de viajar constantemente. Nessas situações  precisava tomar  um sedativo, alguma coisa que o apagasse. Passar por pontes, passarelas e algo semelhante era um suplício. Contou que os filhos e a esposa estavam  perdendo a paciência com ele. Até mesmo em alguns brinquedos dos Parques da Disney, ele entrava em pânico. Mesmo os virtuais. Veja só,  um homem inteligente, capaz e com grande   responsabilidade sobre si... no entanto, não conseguia entender as causa desse pavor de alturas. Não havia acontecido nada que justificasse isso. Sabe o que descobrimos?  Usando uma técnica que chamamos de pesquisa transderivacional, ele acessou um momento em que ele, ainda bebê e no colo do pai era  jogado para o alto....uma brincadeira carinhosa que muitos pais gostam de fazer com os filhos pequenos. No momento da experiência ele sentiu-se inseguro e registrou no inconsciente o medo da altura. 
-           E carregou até agora esse medo? Que problema!
 - Para você ver. Poderia ficar aqui horas, contando-lhe  casos e mais casos interessantes. . Eu mesma que faço isto há alguns anos ainda me surpreendo com algumas situações  que chegam até mim. Cada vez mais reconheço a necessidade de continuar a estudar e  buscar mais recursos que permitam acessar as memórias guardadas no inconsciente.
Mas vamos falar de você. Como posso ajudá-la, minha amiga?
Durante uma hora, Marta ouviu Clara com atenção, sem interrompê-la em nenhum momento. Parecia  muito interessada no relato que ela fazia sobre os  seus sonhos e as algumas experiências  místicas.
Depois de algum tempo, ficou parada como se estivesse avaliando a situação da amiga.
- Querida, é muito interessante o que me contou. Está claro que um trabalho com regressão a vivências passadas pode ajudá-la a compreender o significado das suas experiências. Mas preferia que procurasse uma outra pessoa, posso indicar um colega, se desejar.  Apesar nos  conhecermos há relativamente pouco tempo,  quero-lhe muito bem. Já somos amigas, você está participando do mesmo grupo espiritual... Mais que isso, estou certa  que nosso  relacionamento é muito antigo, vai além do tempo presente.
- Bem... o que quero dizer é que mesmo querendo muito ajudá-la, não creio que deva tratar disso pessoalmente. Serei mais útil se lhe indicar um colega que poderá  levá-la até situações do passado, onde provavelmente estão as respostas que procura.  Compreende? E há algo  que não  posso perder de vista. Vamos que eu mesma faça parte desse passado! Ou alguém que conhecemos, não sei.  Tenho visto tanta coisa...
- Vou falar com um amigo que faz isso muito bem. É ele que procuro,  quando quero viajar pelo tempo, conhecer o passado. Essa é uma forma de autoconhecimento.. Sabia?

 continua...

MCCA

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