quarta-feira, 17 de julho de 2013

Almas-problema

A pessoa-problema que renteia contigo, no processo evolutivo, não te é desconhecida. O filhinho-dificuldade que te exige doação integral, não se encontra ao teu lado por primeira vez. O ancião-renitente que te parece um pesadelo contínuo, exaurindo-te as forças, não é encontro fortuito na tua marcha. O familiar de qualquer vinculação que te constitui provação, não é resultado do acaso que te leva a desfrutar da convivência dolorosa.

Todos eles provêm do teu passado espiritual. Eles caíram, sim, e ainda se ressentem do tombo moral, estando, hoje, a resgatar injunção penosa. Mas tu também. Quando alguém cai, sempre há fatores preponderantes e outros predisponentes, que induzem e levam ao abismo.

Normalmente, oculto, o causador do infortúnio permanece desconhecido do mundo. Não, porém, da consciência, nem das Soberanas Leis.

Renascem em circunstâncias e tempos diferentes, todavia, volvem a se encontrar, seja na consanguinidade, por meio da parentela corporal, ou mediante a espiritual, na grande família humana, tornando o caminho das reparações e compensações indispensáveis. Não te rebeles contra o impositivo da dor, seja como se te apresente.

Aqui, é o companheiro que se transforma em áspero adversário. Ali, é o filhinho rebelde, ora portador de enfermidade desgastante. Acolá, é o familiar vitimado pela arteriosclerose tormentosa. Mais adiante, é alguém dominado pela loucura, e que chegam à economia da tua vida depauperando os teus cofres de recursos múltiplos.

Surgem momentos em que desejas que eles partam da Terra, a fim de que repouses.

Horas soam em que um sentimento de surda animosidade contra eles te cicia o anelo de ver-te libertado. Ledo engano. Só há liberdade real, quando se resgata o débito. Distância física não constitui impedimento psíquico. Ausência material não expressa impossibilidade de intercâmbio. O Espírito é a vida, e enquanto o amor não lene as dores e não lima as arestas das dificuldades, o problema prossegue inalterado.

Arrima-te ao amor e sofre com paciência. Suporta a alma-problema que se junge a ti e não depereças nos ideais de amparar e prosseguir. Ama, socorrendo.
Dia nascerá, luminoso, em que, superadas as sombras que impedem a clara visão da vida, compreenderás a grandeza do teu gesto e a felicidade da tua afeição a todos. O problema toma a dimensão que lhe proporcionas. Mas o amor, que cobre a multidão dos pecados voltado para o bem, resolve todos os problemas e dificuldades, fazendo que vibre, duradoura, a paz por que te afadigas.

Joanna de Angelis
Médium: Divaldo Pereira Franco
Obra "Alerta"

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