segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Ai, que medo dos salvos, por Teresa de Calcutá



Ai,  que medo dos salvos!
....    Acredito piamente que Cristo está distante desses debates, fundamentalismos, interpretações e apologias de certos  pensadores, pregadores e defensores daquilo que chamam de verdade. A religião e os religiosos já fizeram muito estrago na vida de muita gente boa em todo o mundo. Viver a religião longe do amai-vos uns aos outros é algo perturbador e muito mais perigosos do que se pode imaginar.
Não vejo amor em se dizer que  o  outro é menos salvo, menos bom e menos certo do que eu, e que apenas se aceitar minha forma de ver o mundo, de interpretar Deus, ele passa a ser bonzinho, eleito e tão certo quanto penso que sou.  A partir de então, estão reservadas a ele as bênçãos eternas.   Será mesmo que somos tão pueris?
Sinceramente, onde está a salvação tão falada, a coerência com a mensagem de Cristo,  se passo a fazer distinção entre aqueles que pensam como eu e aqueles que não pensam igual a mim ou de acordo com a interpretação que minha igreja tem a respeito da verdade?
Vejo uma perda de tempo imensa por parte dos cristãos que ficam o tempo todo tentando provar a superioridade  espiritual, a elevação moral ou o status de salvo  que supostamente ostentam, em oposição àqueles  que não comungam com sua forma de pensar.
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Colocamos traves nos nossos olhos e tentamos tirar dos olhos alheios o tampão que os impede de ver! Em outras palavras: porque não empreendemos semelhante cota de energia para fazer um movimento de renovação íntima, mergulhando fundo nos conceitos de amor, fraternidade, amizade, boa vontade e caridade, de que falam tanto os Evangelhos? Preferimos mergulhar em discussões intermináveis tentando provar que o outro é o diabo, que irá para o inferno ou que ficará nas trevas, no lado dos opositores de Cristo.

Teresa de Calcutá, no livro Pelas ruas de Calcutá, escrito por Robson Pinheiro

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