sábado, 28 de setembro de 2013

A cura da criança Interior

DharmadhannyaEl


"A criança Interior"

Todos os acontecimentos de nossas vidas são armazenados em nossas mentes, numa espécie de microfilme.

As pessoas costumam despertar emoções dentro de nós, semelhantes àquelas originalmente experimentadas quando éramos crianças pequenas e armazenadas como sentimentos.

O sentimento original da primeira experiência é então guardado no computador interior desde aquela Idade.

Uma frase, um acontecimento, uma pessoa ou um cheiro podem provocar algo dentro de nós. A mente é acionada a procurar em seu banco de memórias a resposta emocional ali armazenada.

Devido a esse processo as pessoas ficam às vezes inexplicável e inadequadamente magoadas, sentindo raiva ou medo perante alguma circunstância aparentemente trivial.

“Acima de tudo, as respostas e reações aparentemente incoerentes significam que algum sentimento não esclarecido a nível da criança interior foi ativado”.

Jim era um homem de meia idade e possuía tudo o que o dinheiro podia comprar, mas não tinha paz interior. Ele era excessivamente preocupado. Dirigindo sua família e seus funcionários com mau-humor. Todos temiam seus acessos de ira.

Contou-me que por ocasião do nascimento de seu irmão, quando ele contava sete anos, havia se sentido aniquilado e desprezado. Sentia que ninguém gostava mais dele. Então resolveu fugir, mas ao voltar foi colocado de castigo quarto, o que reforçou sua sensação de rejeição.

Pedi a ele que fechasse os olhos e imaginasse que voltava para a época em que seu irmão havia nascido. Ele se viu com sete anos de idade, deitado no chão gritando e esperneando, num terrível acesso de raiva.

Pedi a ele que trouxesse sua mãe para esta cena imaginária. Ele disse que ela parecia zangada. Então sugeri que ele a abraçasse e dissesse que a amava.

Desta vez ele disse que ela parecia confusa. “Ponha seus braços em volta dela de novo”, eu o persuadi. “E diga-lhe que você a ama”.

Ele concordou em tentar. “Oh”, ele exclamou, “Ela está chorando e disse que me ama, mas não está se aguentando de cansaço”. Seu rosto iluminou-se. “Ela realmente me ama!”.

Ele se viu caminhando de mãos dadas com a mãe até um rio, onde lavou toda a sensação de mágoa e de dor na água pura. Continuava de mãos dadas com ela, sorrindo.

Ao abrir os olhos, disse: “Ela realmente me amava. Mas durante toda minha vida achei que ela não se importava Comigo”.

Através de sua vida havia reagido com a mágoa e a raiva dos sete mios de idade, ao sentir 011 perceber qualquer suposta rejeição. Qualquer mágoa ou rejeição despertava dentro dele o mesmo horrível sentimento original.
Depois que a imagem mental foi curada, ele não precisou mais reagir através da raiva. Ele mudou, e todas as outras pessoas reagiram favoravelmente.

Pela primeira vez, seus filhos começaram a trazer os amigos para casa. Sua mulher me telefonou, contando que eles estavam finalmente felizes no casamento A produtividade cm seu negócio aumentou, a partir cio momento em que se descontraiu em relação ao funcionários.

Jim começou a se permitir dar amor e ser amado.
“É importante lembrar que armazenamos das lembranças de acordo com nossa percepção do passado, o que nem sempre corresponde à realidade”.

Se uma criança de dois anos observa uma briga entre seus pais mesmo que passageira, a cena armazenada em sua mente pode ser dramática. Sua percepção infantil pode ter visto seus pais como dois gigantes envolvidos em uma batalha de vida ou morte, permite a qual ela se sentia pequena e indefesa, e prestes a ser aniquilada.

Pode ter sofrido um choque interior: e até que essa lembrança seja esquecida ou substituída por novas lições, poderá sofrer grande choque todas as vezes em que presenciar alguma briga.

Muitas pessoas não suportam a ira dos outros, porque desperta seus próprios sentimentos de impotência e de terror adquiridos na infância.

Uma mulher bem casada resolveu consultar-me porque não conseguia controlar seu peso. Sentia incontrolável impulso de beliscar.

A origem de seu problema foi a morte de seu pai, quando ela era criança. Desde então ela havia se sentido insegura. mal-amada e culpada, compensando através da comida.

Pedi que ela se descontraísse e penetrasse fundo no seu interior, imaginando-se pouco antes da morte do seu pai. Um terrível sentimento de vazio e solidão brotou dentro dela.

Ela transportou seus pais para a cena imaginária, e chorou de angústia e decepção quando sua mãe mandou dou que ela saísse de perto. A garotinha ficou arrasada. Levou tempo para que esta criança compreendesse que sua mãe não queria realmente afastar-se dela.

Ela havia confundido a reação de pesar de sua mãe com abandono. Ao aceitar esse fato, conseguiu se descontrair e sentir segurança interior.
Conseguia facilmente imaginar-se abraçando seu pai, mas a criança interior não conseguia perdoá-lo por tê-la abandonado, morrendo.

O perdão é uma parte essencial do tratamento, e ela queria completar sua eu cura.

O Universo lhe havia concedido uma oportunidade para explorar seus sentimentos mais profundamente. Naquela mesma semana, passados mais de 30 anos da morte de seu pai, compareceu a uma reunião com todos os amigos dele, relacionada ao trabalho que ele havia realizado durante sua vida. A lembrança dele penetrou muito em sua consciência.

Na consulta seguinte conseguiu se descontrair com facilidade, imaginando-se novamente como criança. Sua mãe estava irritada. Toda vez que ela pedia colo, a mãe a mandava embora. A criança chorava, pensando: “ninguém me ama”.

Expliquei para a criança que sua mãe a amava muito, mas que estava tão bloqueada pela dor que havia se tornado, de certo modo, inacessível. Gradualmente a criança entendeu, e foi capaz de se aproximar de sua mãe. Perdoou a mãe, e as duas ficaram mais próximas. Repentinamente a criança riu, de pura alegria.

Uma parte do tratamento estava terminada. Pedi que trouxesse seu pai para a cena, e ela correu imediatamente em sua direção.

Ele falou gentilmente com ela e ajudou-a a entender o quanto a amava, verdadeira e profundamente. Contou que havia sentido muita pena por ter que deixá-la.

“Oh, agora me sinto muito melhor”, e respirou aliviada. Agarrou-se a ele, como se não quisesse deixá-lo partir. Conseguiu então realmente perdoá-lo por tê-la abandonado. Nós duas sentimos sua presença muito forte na sala. Sempre que nos encontrávamos depois daquela consulta, ela se recordava daquele momento mágico de cura, e de como havia se sentido diferente por dentro.

A mãe de Janet morreu quando ela era muito pequena. Dois irmãos mais velhos haviam morrido ainda bebês, antes de Janet nascer.

Pedi que ela se imaginasse como criança, e ela viu e sentiu toda a desolação de uma criança cuja mãe havia morrido.

Seu eu adulto entrou nessa cena interior, proporcionando à criança de Janet todo o carinho que ela necessitava naquele momento. Jurou à criança interior que sempre havia se preocupado com ela e cuidado dela. Quando a criança se sentiu finalmente segura e confiante, transportou-a para dentro do seu coração.

Janet entrou de repente em um profundo transe, parecendo angustiada. Não queria falar comigo, então eu a tirei do transe e pedi que abrisse os olhos.

Relatou que havia repentinamente experimentado um sentimento terrível. Havia se visto como criança, chorando. Duas outras crianças que a acompanhavam haviam desaparecido, e ela precisou Ir sozinha para outro lugar.

Percebemos Imediatamente que eram as duas crianças que haviam morrido. Janet precisou abandoná-las e nascer sozinha. Ficou muito feliz quando se imaginou libertando-se delas com amor. Viu-se correndo e banhando-se numa cascata. Então dançou, sob a luz do sol, para simbolizar que estava livre para ser ela mesma, sem a influência invisível de seus Irmãos desconhecidos.

Ao abrir os olhos, disse que havia se aliviado de um peso que sempre havia carregado sem entender o motivo.

Na consulta seguinte, ela estava pronta para curar a criança interior abandonada pela mãe. Quando a cura terminou, a criança estava apta a despedir-se de sua mãe de modo alegre e calmo.

Costumo sentir uma Incrível sensação Interior quando alguém consegue separar-se de quem ama, com alegria.

Quando experimentamos um forte sentimento cm criança, frequentemente tentamos fazê-lo aflorar, no decorrer de nossas vidas, não Importa o quão desagradável ele possa ser.

Colocamo-nos de algum modo em situações que nos levam ao mesmo sentimento. As circunstâncias podem mudar, mas o sentimento permanece igual.

Isto continua até que decidamos examinar o que estamos criando e tomar providências. O Universo nos proporciona repetidas oportunidades de vivências, até que possamos nos libertar dos medos e das crenças negativas. Só evoluímos liberando nossos medos.

Paulette tinha 35 anos, mas seus grandes olhos acinzentados tinham expressão tão vulnerável que ela parecia mais jovem. Quando criança, costumava sentir- se passada para trás e abandonada.

Na fase adulta deixava transparecer, de algum modo, em incidentes sem importância, que se sentia relegada ao segundo plano. Quando seu marido finalmente a abandonou, ela se sentiu realmente desprezada.
Sentia muita raiva, e experimentava constantemente uma enorme sensação de medo e abandono.

Concordou então em fechar os olhos e procurar dentro de si a criança da qual se havia esquecido. Viu-se caída num celeiro, aos cinco anos de idade, completamente nua, suja, magra e faminta, e acorrentada a uma parede.

Explicou então à criança que tinha vindo libertá-la. Ao cortar as correntes, perguntou à Criança do que ela precisava em primeiro lugar.
“Minha mãe”.
Paulette disse que estava ali para cuidar dela, e que nunca a abandonaria novamente. A criança então se descontraiu, ao ser libertada e enrolada em um lençol.

Protegendo cuidadosamente os olhos da criança, Paulette a carregou em direção à luz. Levou—a para uma pequena casa e deu banho nela carinhosamente, lavando inclusive seus cabelos, para limpá-la simbolicamente. Enrolou-a então numa grande e macia toalha, levando-a até a cozinha para comer e beber.

Assim alimentou simbolicamente a criança. No quarto, encontrou sobre a cama um pequeno vestido branco, novo em folha. Ao carregar a frágil criança até o jardim, mantinha ainda seus olhos fechados.

Paulette fez a pequena garota tocar uma pedra quente com a mão, sentir a grama sob seus pés, o perfume de uma flor, e ouvir o canto de um passarinho.

Por fim a garotinha abriu os olhos, deslumbrada e maravilhada com o mundo brilhante que começava a conhecer. Paulette levou a criança para dentro do seu coração, onde ficaria bem protegida. A criança interior abandonada começava a crescer. Estaremos salvos se não nos abandonarmos.

Jenny, como tanta gente, cresceu acreditando que não tinha direitos. Como se sentia desvalorizada, não era capaz de afirmar-se, e tentava insistentemente agradar às pessoas.

Todos os homens com quem ela se relacionava tratavam-na muito mal e ela aceitava isso, acreditando ser esse seu papel na vida.

Pedi que ela examinasse seu interior, procurando saber como havia perdido sua força.

Viu-se aos três anos de idade, cercada de poder e energia brilhante. Quando seu irmão nasceu, sentiu muito ciúme. Achava que seu poder acabaria se ela perdesse o controle.

Perguntei como tinha lutado com o poder (em outras palavras. os sentimentos) e ela percebeu que havia se amarrado nele. Desfêz-se então do que restava, enterrando-o sob uma árvore cio jardim.
Quando percebeu o que tinha feito consigo mesma, viu— se libertando a criança e removendo o resto das faixas.
Perguntou então à criança como poderia cuidar dela e ao mesmo tempo conservar seu poder. A criança disse:

“Posso deixá-lo fluir através de mim como calor e luz”. Ela abriu os braços e sentiu o poder voltando. Absorveu então a nova e poderosa criança em seu interior.

Jenny visualizou a si mesma tomando conta de seu novo poder. Era capaz de dizer “Não” com clareza, especialmente para homens. Podia agora estabelecer seus limites e declarar seus direitos.

Isto foi para Jenny outro pequeno passo da busca de si mesma. Ela ainda precisaria salvar muitas outras crianças interiores.

Toda amargura, ciúme, mágoa, raiva ou qualquer outro sentimento negativo costuma ser mantido a nível da criança interior.

Ao conscientizar-se dos sentimentos de raiva ou dos pensamentos de ciúme, tente imaginar-se como a criança que se sente assim. Veja-se como a criança sentindo isso pela primeira vez. Salve-se. Proporcione a você mesmo o consolo e o amor que você desejava na ocasião.

Se você perceber alguma conexão entre algum incidente e uma emoção, imagine estar ajudando a criança a lidar abertamente com a situação. Deixe a criança interior expressar suas necessidades e emoções contidas.

Console-a, dê-lhe amor e resolva o incidente. Você pode querer levar sua criança interior até algum lugar com água corrente, para “limpar” o incidente e removê-lo da mente. Todo trabalho simbólico ajuda a reforçar as mensagens e a cura na mente Interior".

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