sábado, 22 de março de 2014

Jesus e os ensinamentos dos orixás contidos no Evangelho 8 - Iansã

IANSÃ

é o movimento, a necessidade de mudança, de deslocamento. Representa a rapidez de raciocínio (o raio), a coragem, lealdade e franqueza. Higieniza os pensamentos; atua nos campos santos, em auxílio aos desencarnados, e no despertar da consciência. Está ligada à orientação e à educação. Representa a luta contra as injustiças. Sua propensão é trazer equilíbrio às ações humanas. Atua junto com Xangô na Justiça, na aplicação da Lei Cósmica.
Quando o Mestre Jesus referiu-Se aos que estavam dispostos a apedrejar uma mulher adúltera em praça pública, dizendo-lhes: "Aquele que estiver sem pecado, que atire a primeira pedra", todos foram saindo em silêncio e O deixaram a sós com ela. Então, Ele a olhou bem no fundo de seus olhos e lhe disse: "Vá e não peques mais, para que não te aconteça coisa pior!". Nesse momento, o Mestre manifestou novamente o "não julgar", a reflexão, a oportunidade de recomeçar e a necessidade de mudar de atitudes, para poder prosseguir na caminhada evolutiva.
Em outra passagem do Evangelho, diz Jesus: "Não vim trazer a paz, mas a divisão. Vim para lançar fogo à Terra; e o que é que desejo senão que ele se acenda?". Essa é uma atuação clássica da energia de Iansã, simbolizada no raio, como força da natureza. A idéia nova de Jesus encontrou resistência, incompreensão; trouxe à luz as verdades divinas sobre o reino dos céus, e incomodou a crença materialista de Sua época, que submetia o povo à violência e abusos das mais variadas ordens.
Quando "imolaram o homem" no martírio da cruz, pensaram que haviam resolvido a questão, mas a idéia de Jesus permanece até hoje, Seu chamado continua sendo A Boa Nova, a conquista do espírito sobre a matéria, a liberdade de ser, e não a escravidão do ter, a comunhão com o Criador, irradiando amor incondicional sobre todas as criaturas e a natureza. Ela nos instrui sobre as dificuldades dentro da própria família, as incompreensões por estarmos reunidos na carne, mas com etapas evolutivas diferentes, não partilhando da mesma crença.
Iansã é o fogo, posto que a mediunidade é um fogo sagrado, um dom que nos foi ofertado por Deus para corrigir nossas imperfeições e nos ensinar a amar e a servir com humildade. É o fogo da Criação, a capacidade de superar-se, porque as leis cósmicas não permitem estagnação por muito tempo: exigem a nossa evolução, ou seja, o potencial divino que habita cada ser necessita ser externado como chama viva, e não vibrar como brasa que não é alimentada, ou fagulha que se apaga. Por isso, temos o livre-arbítrio para escolher entre servir e amar, ou simplesmente ser uma criatura acomodada e ociosa. A escolha é inteiramente nossa, e a responsabilidade também. A pressa de que o fogo se acenda é para que haja a transformação do homem, para que cessem as guerras e as divisões internas e externas, visto que a paz nasce dentro do coração do ser.
E segue Jesus, no Sermão do Monte: " Bem-aventurados os pobres e os aflitos...". "Bem-aventurados os pacíficos e os simples de coração...". "Bem-aventurados os sedentos de justiça e misericórdia...". É o despertar do homem de bem.

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