sábado, 22 de março de 2014

Medindo as riquezas

“Tenho a intenção de processar a revista "Fortune", porque fui vítima de uma omissão inexplicável. Ela publicou uma lista dos homens mais ricos do mundo, e nesta lista eu não apareço. E eu sou um homem rico, imensamente rico. Como não? Vou mostrar a vocês: Eu tenho vida, que eu recebi não sei porquê, e saúde, que conservo não sei como. Eu tenho uma família, esposa adorável, que ao me entregar sua vida me deu o melhor para a minha; filhos maravilhosos, dos quais só recebi felicidades; e netos com os quais pratico uma nova e boa paternidade. Eu tenho irmãos que são como meus amigos, e amigos que são como meus irmãos. Tenho pessoas que sinceramente me amam, apesar dos meus defeitos, e a quem amo apesar dos meus defeitos. Tenho quatro leitores a cada dia para agradecer-lhes porque eles leem o que eu mal escrevo. Eu tenho uma casa, e nela muitos livros (minha esposa iria dizer que tenho muitos livros e entre eles uma casa). Eu tenho um pouco do mundo na forma de um jardim, que todo ano me dá maçãs e que iria reduzir ainda mais a presença de Adão e Eva no Paraíso. Eu tenho um cachorro que não vai dormir até que eu chegue, e que me recebe como se eu fosse o dono dos céus e da terra. Eu tenho olhos que veem e ouvidos para ouvir, pés para andar e mãos que acariciam; cérebro que pensa coisas que já ocorreram a outros, mas que para mim não haviam ocorrido nunca. E eu tenho fé em Deus que vale para mim amor infinito. Pode haver riquezas maiores do que a minha? Por que, então, a revista "Fortune" não me colocou na lista dos homens mais ricos do planeta?" E você, como se considera? Rico ou pobre? Há pessoas pobres, mas tão pobres, que a única coisa que possuem é... DINHEIRO.

Fabuloso texto escrito por Catón, jornalista mexicano.
Armando Fuentes Aguirre (Catón)

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