sábado, 5 de abril de 2014

O crepúsculo das crenças e o ativismo pelos animais, por Sellen Kalab

O crepúsculo das crenças e o ativismo pelos animais

Ultimamente, pelas mais diversas razões, está se tornando frequente muitas pessoas abandonarem crenças religiosas para buscar dentro de si respostas aos seus questionamentos existenciais, filosóficos, espirituais e tudo o que a isso se refira. Agnósticos, espiritualistas, ateus, céticos e outros meros rótulos, buscam na liberdade de pensamento algo que os conduza de volta ao seu próprio caminho, pois o indicado pelas instituições não os levaram a lugar nenhum, a não ser onde outros já foram e nada de novo encontraram.

A vida muitas vezes apresenta situações que nos induzem a pensar e rever conceitos que não são nossos, mas herdados, porém a maioria não vê ou se recusa a ver, pois pensar dá trabalho e reflete na
prática. Àqueles que são dados os créditos, por não se saber quem realmente são, não passam de instrumentos de um controle maior para formar uma sociedade, uma cultura e manter as pessoas dentro de um grupo, de uma vida com história, mas isso não significa a verdade. Grande parte da história foi falseada e continua sendo.

Nessa imensidão astronômica onde existimos, somos apenas uma sub partícula do Todo, e o homem, na sua necessidade de suportar o doloroso vazio da sua existência criou os deuses. E com os deuses vieram as crenças, que por sua vez causaram as dissidências, as guerras, escravidão e morte. O cristianismo aqui no ocidente é prova incontestável disso. Quando alguns despertam do seu estado hipnótico e decidem romper com esses paradigmas, recebem por consequência um 'ônus social', e acabam enfrentando ranços de preconceito dos que arraigam crenças instituídas; pois se não creem em alguma das religiões estabelecidas e em seus ícones, são mal vistos e, quando não hostilizados, são bombardeados com apelos proselitistas de todas as formas, intencionais ou não. Este país é praticamente teocrático e a barreira criada para segregar os que pensam diferente da massa, existe. Na época da Inquisição a 'verdade absoluta' era ensinada com autoridade sob o crime de heresia aos que a rejeitava, sabe-se bem das horríveis sentenças aplicadas pelos ''Autos de Fé''. Hoje, como herança do obscurantismo, temos a intolerância aos não religiosos e aos que se negam ter alguma crença de base religiosa. Mas a Lei de Ação e Reação se faz cumprir: o mesmo homem que criou os deuses os está matando; criador e criatura, ambos confundindo-se na ordem.

Muitos ativistas trocaram suas crenças pela liberdade de pensar e de conduzir seus atos com discernimento, integridade e ética. Um despertamento está se operando na mente dos inconformados ante tantas injustiças e crueldades para com os indefesos seres das demais espécies, e se não fosse pela vontade ferrenha de cada ativista de defendê-los, nenhum ícone da nomenclatura cristã ou de qualquer outra religião jamais o fez ou fará. Ícones não evitam e nem minimizam o sofrimento dos inocentes, mas tão somente a sensibilidade e compaixão ativas dos que os amam e os respeitam, independentemente de qualquer tipo de crença. Sair do curral não é fácil, tem seu preço, e às vezes alto, porém os que estão saindo desse confinamento mental estão dispostos a pagar. Fala-se muito e exige-se respeito pelas crenças religiosas e suas vertentes estabelecidas, mas o contrário não acontece. O direito de não crer ou de não crer nas mesmas coisas que a maioria crê, deve ser da mesma forma respeitado. Cabe a cada liberto ater-se aos fatos, fortalecer-se e delegar a si o poder de transformar o seu universo defendendo sua liberdade de pensar e de ser que lhe é de direito, e com o respeito que lhe é devido.

O irmanamento pela causa animal deve prevalecer a quaisquer diferenças: o AMOR pelos bichos é a liga, o resto é ilusão.

Sellen Kalab
ATIVISTA PELA CONSCIÊNCIA DA VIDA NATURAL DA TERRA

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