quinta-feira, 19 de junho de 2014

O Princípio da Unidade

post por Maria Manuela dos S. Oliveira

A Unidade existe, a Vida é Una.

Os grandes sábios de todas as épocas sempre deram testemunho de uma unidade que subjaz à diversidade de formas. No presente, as descobertas científicas estão revelando essa unidade que abarca toda vida.

Na sabedoria antiga existe esse entendimento da identidade de toda a consciência. Cada gota de consciência é una com o oceano da consciência universal. Cada unidade de vida é una com toda a vida.


O sistema solar, a natureza e os nossos corpos são parte de um sistema único da Inteligência Criadora. Todos os sistemas de vida são subsistemas da evolução da vida única do universo.


Cada vida é uma flor na árvore da vida eterna. A sabedoria antiga tem raízes na compreensão da unidade de toda a consciência e na santidade e unidade de toda a vida. O mundo mutável das aparências é uma emanação do imutável campo universal da inteligência viva. Os sábios do Himalaia chamam isso de essência do Eu.
"Sob o céu, uma só família", afirmou Confúcio. Hoje, através da investigação da interação das diferentes formas de vida, a ciência determinou que há uma teia da vida, estendendo-se desde o mais diminuto protozoário até o homem. Esta teia da vida é composta de inter-relações e interdependências, e é denominada ecossistema.

São Paulo falou da unidade da vida como "o uno em quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser".

A física nuclear reduziu todas as formas de vida a uma essência que penetra todo o universo: a energia.

Os avanços no campo da Psicologia têm revelado que, durante uma percepção elevada da realidade numa experiência de "pico", este mundo, não outro, é visto como uma intrínseca unidade.

Mas a maioria dos homens ainda não alcança esta elevada percepção e continua enfatizando as suas diferenças mais do que as suas similitudes e pensando em sua própria individualidade mais do que na totalidade.

Sócrates disse: "quando te perguntarem de que país és, nunca respondas sou ateniense, ou sou coríntio, mas digas: sou um cidadão do mundo". Hoje, nações individuais persistem na crença de que são diferentes do resto da humanidade, e de que seus interesses nacionais são distintos da humanidade una, e que a satisfação desses interesses nacionais é mais importante que qualquer injustiça que possa resultar de tal ação nacionalista, em prejuízo da humanidade.

As nações lutam pela superioridade militar, a vantagem política e a satisfação da ambição financeira, assim fortalecendo a separatividade. A ciência, por sua vez, tem revelado que geneticamente não existem povos ou raças separados, mas apenas uma humanidade.

A diversidade das raças não se deve a diferenças genéticas. Todas as raças e povos compartilham uma base genética comum, e o que determina as diferenças na aparência física é simplesmente a maior frequência de concorrência de certos genes, mas os genes são compartilhados por toda a humanidade. A própria seleção natural do meio causa a maior frequência ou aparecimento de certos genes, do mesmo modo que o meio cria diferentes culturas.
O estudo cientifico da genética tem provido uma base fatual para o reconhecimento da irmandade do homem, apoiando a afirmação de São Paulo: “Deus fez de um só sangue todas as nações”.




"A assombrosa abordagem de nossa profunda compreensão da realidade durante as últimas quatro décadas é o grau em que confirma e reforça tantas das velhas visões morais do homem. Os filósofos nos disseram que éramos uno, e uma parte de uma unidade maior que transcende nossas necessidades e assuntos locais. Disseram-nos que toda coisa vivente está sustentada na mais intricada rede de interdependência, e que a agressão e a violência estão cegamente destruindo as delicadas relações da existência, e poderiam levar à destruição e à morte. Estas foram importantes instituições conseguidas do estudo da conduta e das sociedades humanas. O que nós vemos agora é que são descrições precisas da maneira na qual nosso universo verdadeiramente trabalha.” - Barbara Ward em “Uma Só Terra".
Tal egoísmo, seja nacional, racial, político, econômico, religioso ou individual, baseia-se na falsa ideia de separatividade. A separatividade está determinada pela crença que o homem é por natureza um ser isolado, independente de qualquer totalidade maior. A vasta diversidade das aparências, costumes, culturas e civilizações, quando não há uma compreensão profunda, pode conduzir facilmente à separatividade.

Mas a consciência humana tem se expandido desde a família até a tribo, à comunidade e à nação, com uma inclusividade sempre crescente.

É imperativo que essa consciência seja expandida agora do nacional para o planetário. A humanidade Una.

A humanidade enfrenta, hoje, problemas globais, problemas que uma só nação não pode resolver. Além do mais, o poder agora outorgado ao homem por meio da ciência e da tecnologia aumenta os perigos inerentes à separatividade e ao egoísmo.

É essencial que haja um reconhecimento de que a humanidade é una e que se compreenda que a totalidade da família humana é uma unidade de maior importância espiritual do que qualquer uma de suas partes isoladas.

A diversidade deve ser reconhecida pelo que é: o original que cada pessoa pode oferecer para a unidade planetária.

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