segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A necessidade de controlar

Querer controlar é um movimento para o exterior que tem tensão. Quando você sente medo em alguma situação, em seguida, sua mente envia uma preocupação que o faz pensar: "preciso ligar para ele para ver se está bem", "tenho que fazer isso, senão, pode acontecer aquilo outro" etc.. Esse movimento para o exterior está baseado no medo. Se você estiver lendo notícias ou vendo o noticiário na TV, logo estará sentindo ainda mais tensão, com medo de que aconteça algo aos seus entes queridos.

Na verdade, você não pode controlar nada no entorno para evitar que aconteça alguma coisa. E o mais importante é que você está sofrendo por isso. O fato de sofrer por quem amamos nos faz pensar, de alguma maneira, que é mais uma forma de amor, mas não é bem assim. Sofrendo, você se machuca e machuca outras pessoas também. Ensina os outros a ter medo em vez de confiar. Então, que tal se descobrirmos essa segurança interior onde o amor flui, o momento é cheio de alegria e você pode compartilhar sua paz com todos?

Pois bem, se você está em um desses ataques de controle, o que você pode fazer? É necessário parar e ir para dentro. Exatamente no momento em que você sente esse movimento para o exterior, aí você tem que ser consciente e se lembrar: volto para mim, volto para dentro. Se você pratica as facetas do meu sistema, pode pensar numa delas. Caso não, o fato de ter a intenção de se conectar consigo, de ir além do automático, em si, será muito positivo para você, para sua saúde, para seu sentir. Você está escolhendo uma mudança.

E quando são assuntos ou ações que se relacionam com nossos apegos, temos que ser muito mais claros ainda. Você pode se perguntar: "por que há tanto medo?". E geralmente é por algo que aconteceu no passado, porque nossos medos não são racionais e se disparam automaticamente, porque sempre estamos preocupados de que possa acontecer alguma coisa, preocupados com dinheiro, preocupados pelas pessoas que amamos, preocupados com nossos trabalhos, com nossas dependências, em resumo, com nossos apegos.

Então, algo prático para se lembrar. Quando você vê esse movimento de querer ligar pelo telefone, preocupado, pare aí. Sinta essa tensão do seu interno para seu externo, aí você pára e não atua. Tome um momento para sentir que emoção está aí por debaixo, observe-a, conecte-se a ela, deixe que ela saia ou se dissolva sozinha com sua presença e, assim, sem medo e com clareza, escolha que ação tomar. Dessa forma, estará escolhendo o amor em vez do medo. Escolha compartilhar a natureza da consciência, escolha sua paz e, assim, poder dar isso a seus entes queridos; escolha se amar e assim ser incondicional com o amor; isso é mais importante que o fato de que o medo ganhe e que, como se fosse seu dono, governe e impulsione você a fazer o que sempre fez; talvez a mesma coisa que faziam sua mãe, pai, avó.

Quando vou para dentro, desmascaro o lugar que me provoca esse escape externo com temor, começo a amá-lo e permito que se dissolva nesse amor que cresce em mim, pois posso ver que o medo não é real agora, é somente algo do passado que me faz querer controlar, como se fosse perder algo ou como se aquela situação fosse se repetir.

É claro que quando falo do medo e do controle, eu não estou falando da maturidade e eficiência para organização. Se você é o gerente de uma empresa, é óbvio que você deve organizar seu pessoal. É claro que você precisa organizar a sua vida e você o faz, você tem suas obrigações de adulto. Não estou falando desse tipo de controle, não estou falando de estar passivo, mas de ver quando o medo está apegado aí e, então, usar esse movimento de preocupação para parar e ver, sentir e se transformar.

E assim, vai tirando essa energia, essa carga pesada ligada ao passado que está pintando neste momento presente e não lhe permite criar algo novo, apenas o deixa preso nesse passado quando, na verdade, este é um novo momento: agora!

Então, lembre-se: "minha paz é mais importante, vou encontrar esse lugar dentro de mim e vou amá-lo para que todo o medo gravado aí possa se dissolver". Outra forma de amar-se que você pode usar essa semana, sim? E depois você me conta.

a.d.

por Fátima dos Anjos

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