terça-feira, 16 de setembro de 2014

A viagem Astral de Jung

A VIAGEM ASTRAL DE JUNG - MEMÓRIAS SONHOS E REFLEXÕES

Aconteceu em 1944, durante séria enfermidade que o levou à beira da morte.

"Parecia que me encontrava no espaço a uma altura considerável. Muito abaixo de mim eu via a Terra, e era como uma esfera envolta por maravilhosa luz azul. Bem ao longe, de baixo dos meus pés estavam o Ceilão e a Índia. Meu campo visual não abrangia a Terra toda, mas eu podia ver nitidamente sua forma esférica e a maravilhosa luz argênteo-azulada brilhando ao seu redor."

Em seguida, ele passa a descrever como enxergava a Arábia e o Mar Vermelho e, por pouco, também o Mar Mediterrâneo. Vislumbrava o Himalaia coberto de neve, porém aquele trecho parecia nublado. Ele olhava para a direita.

"Eu sabia que estava a ponto de deixar a Terra, quando apareceu algo novo em meu campo visual. "

No espaço, ele via um enorme e escuro bloco de pedra, algo como um meteorito, que pairava sobre ele. Havia uma abertura naquele bloco, que parecia ser uma entrada. No lado direito, sobre um banco de pedra, havia um hindu silenciosamente sentado em posição de lótus.

"Ele estava todo de branco e eu sabia que esperava por mim, narra Jung. Dentro, do lado esquerdo, ficava a entrada para o templo. Enquanto me aproximava da abertura da rocha, aconteceu algo muito estranho. Tive a sensação de que estava sendo despojado de todos os meus desejos, pensamentos, ambições, de toda minha consciência terrena. Era um processo penoso, porém sobrava algo e era como se eu existisse independentemente de minha própria história. Sentia uma grande certeza: isto sou eu. Tinha também uma impressão de pobreza e ao mesmo tempo de satisfação. Nada mais havia que eu desejasse: eu estava lá, na minha forma objetiva tal como havia sido e vivido. No início ainda conservava a impressão de ter perdido algo, mas de repente tudo se tornou completamente sem importância. A única coisa que importava era agora a certeza de que poderia penetrar naquela rocha, naquela sala iluminada e encontrar aqueles a quem realmente eu pertencia. Lá eu encontraria o sentido de minha existência."

Naquele instante algo chamou a sua atenção. Lá embaixo, bem distante, na direção da Europa, ele viu seu médico subindo para lhe trazer uma mensagem, dizendo que ele deveria retornar e que ainda não deveria deixar a Terra. Neste momento terminou a experiência.

"Essa aversão por retornar à existência manifesta-se de vez em quando. Jamais poderia imaginar que fosse possível esse tipo de experiência. Não era produto de minha fantasia. O que vi e partilhei foi absolutamente verdadeiro, nada foi subjetivo e tudo possuía a qualidade de absoluta objetividade."



Citado em Planeta, do livro “MEMÓRIAS, SONHOS E REFLEXÕES”, de Carl Gustav Jung
http://conspiratio.blogs.sapo.pt/81796.html

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