segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Devas, Fadas e Anjos: Uma abordagem contemporânea

Em todas as culturas através da história, em todas as grandes religiões e em todas as áreas geográficas, homens e mulheres têm falado e escrito sobre seres e criaturas que pertencem a outra dimensão mágica, religiosa e psíquica. Essas criaturas não são seres humanos em outra dimensão, mas são uma forma-vida distinta. Elas se manifestam numa variedade assombrosa - desde as diminutas fadas que dormem nos botões das flores, até aos impressionantes Arcanjos que manejam as forças cósmicas. Existem muitos nomes para os variados tipos. Salamandras (fogo), ondinas (água), sílfides (ar), gnomos, fadas, duendes, elfos, querubins e assim por diante. Em sânscrito existe uma palavra que engloba todos estes seres. Esta palavra é Deva, que significa ser brilhante, ou ser luminoso.

Bem, o que faremos com tudo isso? Parece que há três possibilidades:

A primeira, é que por milhares e milhares de anos contadores de histórias, de folclore e textos religiosos, se divertiram simplesmente inventando esses nomes.

A segunda possibilidade é que o cérebro humano e a sua psique são estruturados de tal maneira, que independentemente da época, cultura ou geografia, as pessoas sempre imaginam e fantasiam da mesma forma.

A terceira possibilidade é a de que os devas são de facto uma realidade, mas que existem numa dimensão não percebida pelos cinco sentidos do homem e portanto incapazes de serem provados pela ciência contemporânea.

O propósito desta publicação é afirmar que a vida dêvica é de fato uma realidade. Tenta apresentar uma descrição e uma análise da sua existência, que sintonize a lógica humana e ilumine intuitivamente. A aceitação da sua existência, entretanto é uma questão de escolha individual. Porém parece que seja possível que o tempo esteja maduro, numa volta mais alta da espiral educacional da humanidade, mais aberta para reconhecer e cooperar com esse outro fluxo de vida, com o qual somos co-criadores da nossa existência.

Isto não implica que tenhamos de entrar num mundo de superstições fascinantes ou crenças ingênuas. Significa que nos podemos tornar inteligentemente conscientes de uma realidade maior de existência que é essencial para qualquer compreensão holística da vida.
Essência Dévica



A ciência moderna encontra um grande mistério na sua investigação em relação á sua pesquisa, em relacionado à natureza da matéria densa. Qualquer objeto denso quando investigado com o uso de um potente microscópio eletrônico, se revela feito de várias cargas e partículas eléctricas em contínuo movimento. Entretanto de uma maneira ou outra, essas partículas elétricas movendo-se constantemente no espaço, criam o aparecimento da forma. Podemos ver e tocar na matéria densa de uma pedra, ou de uma mesa ou de nossos corpos - mas coloque qualquer desses materiais sob uma potente ampliação e ele se dissolve num mar de partículas elétricas em movimento. De que modo essa partículas se congregam para produzir forma - uma substância que podemos ver e tocar - é um mistério para a ciência contemporânea.

Obviamente há um fator até agora desconhecido pela investigação convencional, que une essas partículas elétricas para criar forma. A filosofia e a percepção não convencionais, sugerem que esse fator de ligação que está faltando entre as partículas básicas da matéria atômica para criar forma, é a Essência Dévica.

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Esta faz a união entre as partículas em seu movimento constante e produz a matéria que podemos ver e tocar. As cargas e partículas elétricas não podem se manifestar como vida perceptiva e coerente se a essência dévica não as ligar. Sem esta não haveria coerência para manifestar vida - somente haveria um oceano de partículas elétricas desconectadas.

Toda a forma é uma mistura de um relacionamento entre essência dévica e as partículas atômicas.
Essa essência dévica na matéria física densa, é a forma mais elementar da vida dévica e é a base da hierarquia natural dessa vida..

Essa hierarquia é semelhante à da vida atômica que começa também na matéria densa, como é o reino mineral e que progride de mineral > planta > animal > ser humano. Pode-se dizer que a hierarquia dévica flui assim: elementais - salamandras, sílfides e ondinas > gnomos > fadas e duendes > Querubins > Anjos >Arcanjos.

Existem portanto duas correntes de vida paralelas. O impulso de uma delas é baseado na matéria atômica -mineral, planta, animal e humana. O impulso da outra é baseado na essência dévica.
O que distingue a vida atômica e dévica não é o tipo de corpo ou veículo que elas têm. A distinção entre elas está na natureza da consciência que está encarnada em seus corpos. Há naturalmente uma diferença substancial entre a forma de um corpo humano e a de um anjo, ou entre a forma de uma planta e o corpo de uma fada - mas a diferença crucial está na natureza e propósito dessa consciência.



Da mesma forma que a corrente de vida atômica, a vida dévica tem uma hierarquia natural de expansão da consciência e da percepção. Na corrente de vida atômica, a consciência e a percepção relativamente simples numa pedra, se expandem para a complexa e multidimensional da psique humana.
Há também um amplo espectro de diferenças manifestadas na corrente de vida dévica.
Para maior clareza de linguagem podemos dizer que quando os devas atingem aquele estado de autopercepção que os iguala ao estágio humano na hierarquia atômica, eles são considerados anjos.

Assim, portanto, devemos reconhecer que, da mesma forma que a hierarquia atômica , a dévica é uma corrente de vida evolutiva. Assim como a consciência encarnada no reino mineral evolui para encarnar como planta, depois como animal e depois como humana, assim também a consciência dévica vai se expandindo, crescendo e evoluindo.

Os Anjos como os seres humanos estão buscando experiências e mudanças.
Acima de tudo, a evolução de ambas as correntes pode ultrapassar e transcender o estágio da percepção humana.


Devas da Montanha
Diferenças entre Consciência Dévica e Atômica

O relacionamento da essência dévica com as correntes elétricas atômicas na matéria densa propicia uma metamorfose para o relacionamento entre as vidas dévica e atômica em todos os níveis. A essência dévica "sabe" e propicia os padrões através dos quais a eletricidade atômica pode se manifestar na forma. Em todos os níveis, a vida dévica atua com conhecimento e é a ponte de ligação, enquanto a vida atômica atua com o fazer criativo.

Consequentemente a diferença crucial entre as duas é que a consciência dévica é por sua própria natureza expandida e tem uma percepção cósmica natural. A consciência atômica por outro lado, é focalizada e limitada. A consciência dévica não é limitada pela forma, mas a envolve e abraça. A percepção atômica é limitada pela forma na qual está encarnada e procura expandir a sua percepção além dessa forma.

A consciência atômica procura tornar-se aberta, ciente e ressonante para com o seu ambiente cósmico. O ser humano por exemplo, busca expandir a sua consciência, para transmutar e transcender os limites da encarnação. A consciência dévica, entretanto, procura tornar-se mais perceptiva ainda do seu ambiente cósmico e daquilo que ela envolve e abraça.

O fluir das vidas dévica e atômica são interdependentes na estrutura da vida manifestada. Seu relacionamento é interligado e padronizado num nível de criação extremamente profundo. Uma compreensão da diferença entre as duas correntes de vida pode ser ajudada pelas frases seguintes:

A essência dévica é construtiva e expressiva.
A matéria atômica é elétrica e dinâmica.
O dinamismo da matéria atômica só pode ser manifestado na forma, se for expressado pela essência dévica.
A essência dévica propicia a matriz para essa manifestação.
A corrente atômica da Evolução - minerais, plantas, animais e humanos - é orientada para o fazer.
A corrente dévica da evolução - gnomos, fadas, duendes, anjos arcanjos - é orientada para o ser.
O fluxo atômico vê cores e ouve sons.
O fluxo dévico ouve cores e vê sons.
O fluxo atômico busca a expansão.
O fluxo dévico busca o foco.
O fluxo atômico está a tornar-se consciente do desenvolvimento.
O fluxo dévico está colocando foco na criação.

A experiência do dia a dia que se segue, pode também ajudar na compreensão conceitual: Quando alguém assobia, vibra uma onda que ressoa sobre o seu tímpano. Entretanto, alguma coisa deu à vibração a forma do som. A matéria atômica produz a vibração no ar. A essência dévica, transporta a vibração para a expressão do som.

Esta ilustração se torna ainda mais interessante quando aplicada à música. Uma orquestra é cheia de homens e mulheres vibrando o ar loucamente, entretanto, a essas vibrações são dadas a forma de música gloriosa. O que dá vibração do ar a forma da música? A essência dévica transforma a atividade atômica em manifestação.

A expansão natural da percepção dévica, dá aos devas um conhecimento instintivo de padrões, das proporções e das harmonias cósmicas. Isso não é um conhecimento de auto percepção, mas uma sintonia natural e de ressonância - uma parte inerente do ser dos devas. Na sua convivência com a vida manifestada um deva não perde contato com a Fonte cósmica; sua consciência está aberta em ressonância com a natureza essencial de toda a vida. Não existe o sentido de separação da Fonte. Nem mesmo de longe imaginam que uma possibilidade remota de separação entre a consciência a a Fonte poderia ocorrer. A consciência dévica, mesmo em seu estado mais indiferenciado está em sintonia aberta com a essência e padrão cósmico.

Em seu relacionamento com qualquer forma de vida, o deva tem um conhecimento instintivo do arquétipo daquela forma. Nesse contexto, o arquétipo não significa uma matriz estática imposta divinamente. Nem nesse contexto, significa algum grande ser sobre o qual, os seres menores do mesmo tipo modelam a si próprios. Arquétipo aqui significa uma matriz aberta, de proporções multidimensionais perfeitas, dentro da qual qualquer vida pode crescer para atingir a perfeição. Existe uma certa estrutura livre que é parte da essência de qualquer forma de vida - a de um diamante, ou roseira, ou girafa ou humana. O deva está envolvido com qualquer forma de vida específica, mantem uma nota multidimensional à volta daquela forma-vida, uma nota que a forma-vida pode seguir e dentro da qual pode crescer. Esta nota não impõe mas sugere, a possibilidade de alcançar uma decisão harmoniosa e perfeita; o propósito dessa forma-vida.

Essa nota dévica é essencial para que essa forma-vida possa mudar, porque propicia a ponte de percepção parao que possa ser.
Exatamente como na matéria densa, a essência dévica transforma a corrente atômica em manifestação - portanto, numa volta mais alta da espiral, a consciência dévica transforma as mudanças e crescimento da mais complexa forma-vida em manifestação.
Um gnomo, por exemplo, sabe como uma rocha se transformará num cristal, porque tem uma percepção natural do fluxo arquetípico apropriado - e o gnomo mantém a percepção que faz a ponte de mudança da rocha para o cristal na manifestação.
Um duende sabe como um arbusto irá crescer e florir ciclicamente e faz a ponte nessas mudanças para a manifestação.
Um Querubim é consciente de como a energia deverá fluir para uma determinada cerimônia ou ritual e faz ponte desse fluxo para a manifestação.
Um Anjo de cura é consciente de como a cura deve ser completada e faz a ponte para a manifestação. Um grande Arcanjo tem consciência de como uma energia astrológica específica pode produzir uma mudança na comunidade humana e faz ponte para a manifestação.
Porém, todos os exemplos acima citados e na vida em geral, o impulso para começar a mudança - o impulso do fazer - vem da existência atômica - da rocha, da planta, do ritualista, do curador, da Constelação. O fluxo atômico propicia o impulso e o fazer. O fluxo dévico propicia o transporte e a manifestação.

O Corpo de um Deva



Embora seus tamanhos, modo de focalização, vibrações e seus propósitos variem imensamente, é possível descrever as características gerais do corpo de um deva.
Sua forma central é de uma espiral dupla ou duplo vórtice. Acima do duplo vórtice está o foco de sua consciência, acima desta está um fluido, vórtice aberto de sensibilidade, o qual na sua essência está sintonizado com a percepção cósmica.

Alongando-se para baixo e para fora há uma capa energética, que pode envolver a vida com a qual está trabalhando. Essa capa age como uma matriz orientadora dentro da qual aquela vida pode-se desenvolver. A natureza da capa e o duplo vórtice se modifica à medida que o próprio deva evolui e também o seu foco de consciência.


É o foco de consciência, entretanto, que retém a memória e as lições de todas as experiências passadas, de maneira semelhante à do "átomo permanente" ou Mônada da alma humana. Esse foco de consciência tem também, percepção direta dos arquétipos do campo interno no qual está trabalhando e harmoniza essa sintonia às proporções cósmicas e às realidades do mundo físico da vida que está protegendo.

Por exemplo, um duende tem uma sensibilidade arquetípica perfeita, das proporções sob a qual um determinado arbusto pode crescer, mas o corpo físico da planta pode ser afetado pelo clima, o vento, pelos animais, pela poda e assim por diante. O duende está sempre ajustando seu bom senso para ver como esse arbusto pode crescer. Ele toma em consideração o que está a afetar fisicamente a planta e partindo dessa experiência física, reformula o padrão perfeito de como essa planta pode crescer dentro da harmonia das proporções cósmicas. É dessa maneira que o duende aprende com as experiências.


O foco da consciência dévica está sempre sintetizando sua ampla percepção da perfeição
cósmica com os estilingues e flechas da experiência encarnada. É então colocada em foco sob a forma de uma nova matriz multidimensional, a síntese para a vida com a qual está trabalhando. E vida após vida, naturalmente, o deva adquire grande experiência compreendendo não só como fazer, mas também como ser e aprendendo como conseguir um ponto de foco criativo.

O plano ou a frequência do campo eletromagnético da consciência, no qual existe o corpo dévico, depende do estado de evolução e do propósito de cada deva. É também verdade que muito poucos seres dévicos tomam um corpo com forma física densa, pois isso seria muito constritor e limitante para os seus propósitos.

Seus veículos entretanto, são feitos frequentemente daquele nível matéria-energia que pode ser percebido como um cintilar no ar, por exemplo ao redor das árvores ou como figuras bailarinas nas labaredas do fogo. Da mesma forma, o tamanho, cor e tom, de um deva dependerá de seu propósito. Um duende pode ter somente 3cms de altura com o ponto máximo de sua consciência, apenas tocando o reino humano da emoção, enquanto que um anjo que protege uma cidade ou um centro magnético natural, pode ter centenas de metros de altura e uma consciência que transcende em muito a mentalidade e a Intuição humana.


O estado natural da consciência dévica é o estar aberto a impressões. Um deva está continuamente com sua percepção aberta ás proporções cósmicas e também à vida com a qual está trabalhando. Por causa do seu estado natural de abertura, as capas dévicas e os corpos etéricos podem tomar a forma projetada sobre eles pelas mentes ativas dos homens. Por exemplo, através dos milênios as fadas tomaram a forma etérica que é semi humana em resposta à projeção da mente humana.


As fadas são de fato redemoinhos de energia. Que elas sejam imaginadas como cândidas bailarinas, entretanto, é simbolicamente próprio, embora fisicamente incorreto.
O Arcanjo com a sua espada enorme, asas maciças e olhar arrogante, é também simbolicamente correto, se bem que longe da realidade da sua verdadeira forma.

Igualmente tem uma certa verdade metafórica, os devas que conduzem energias sacramentais em rituais religiosos são imaginados como suaves e confortadores.

Por causa da abertura de sua consciência e sensibilidade, os devas algumas vezes absorvem e espelham as ações físicas dos seres humanos com os quais têm estado em contato íntimo. Esse costuma ser o caso dos devas do jardim e do ritual.

Do livro de William Bloom : Devas, Fadas e Anjos - Uma abordagem Moderna
http://marecinza.blogspot.com.br/

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