terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A Pediatria sob o olhar antroposófico

Dr. José Carlos Neves Machado

Fonte: Blog do Dr. José Carlos – clique e conheça

“A proteína é a substância do organismo mais individualmente composta e devido a essa particularidade ela é portadora do EU individual que irá se desenvolver durante toda a vida e o portador desse conteúdo também se deve adaptar a sua evolução. As proteínas herdadas pelo recém-nascido sofrem transformação, de modo a corresponder àquele ser que as herdou, mas que necessita de sua individualização que acontece paulatinamente durante a evolução corpórea da primeira infância em forma de febre como componente das chamadas doenças da infância, em outras palavras, a febre passa a ser o instrumento através do qual se serve o EU individual para dissolver e excretar o soma herdado, a proteína que não mais se adapta a esse novo indivíduo que surge. Isso se justifica na observação que após um processo febril a criança perde o apetite e conseqüentemente também diminua de peso, justamente pela perda de substância proteica mas geralmente, pode-se observar uma transformação positiva na esfera psico-espiritual, uma crise gerando uma evolução.”

Dr. José Carlos Neves Machado

O pediatra já se distingue de outros especialistas pela característica de voltar-se para uma determinada época da vida humana e ainda por encontrar-se em uma posição privilegiada, a qual o permite acompanhar e até mesmo ver surgir as diversas alterações pelas quais passa a criança no seu processo de desenvolvimento. Sob esse aspecto seu papel preventivo é muito importante e suas ações no sentido salutogênico (promoção da saúde) são especialmente significativas. Ao considerarmos o ser humano sob o ponto de vista global deveríamos ficar atentos que a imediata intervenção e a interrupção drástica de qualquer ocorrência somática poderão gerar conseqüências desagradáveis futuramente.

Levando-se em conta o aspecto anímico-espiritual do ser humano e sua evolução, podemos igualmente considerar que sendo a doença uma crise é, como toda crise genuína, algo que envolve riscos, no entanto, são justamente os riscos que possibilitam a mudança e, conseqüentemente, a evolução. Portanto, junto aos avanços tecnológicos, as possibilidades cada vez mais abrangentes e invasivas interferem no desenvolvimento e ou na doença de forma muitas vezes intempestiva, acarretando alterações, ocasionando também influências nem sempre satisfatórias sobre a constituição infantil que merecem uma observação mais cuidadosa.
Talvez a característica mais facilmente observável nas enfermidades que tipicamente acometem a criança seja a febre. No organismo adulto o significado de um processo febril, assim como a dificuldade em dominá-lo é completamente diverso do que acontece no organismo infantil, que tem uma capacidade de lidar com o calor de uma maneira peculiar.
No organismo térmico vive o EU e pode-se, portanto, considerar que em um estado febril (atividade térmica aumentada), existe uma intervenção acentuada do EU que penetra mais intensamente no metabolismo, ou seja, a febre ocasiona um aumento nas reações metabólicas, acarretando uma maior combustão de substância corpórea.
A proteína é a substância do organismo mais individualmente composta e devido a essa particularidade ela é portadora do EU individual que irá se desenvolver durante toda a vida e o portador desse conteúdo também se deve adaptar a sua evolução. As proteínas herdadas pelo recém-nascido sofrem transformação, de modo a corresponder àquele ser que as herdou, mas que necessita de sua individualização que acontece paulatinamente durante a evolução corpórea da primeira infância em forma de febre como componente das chamadas doenças da infância, em outras palavras, a febre passa a ser o instrumento através do qual se serve o EU individual para dissolver e excretar o soma herdado, a proteína que não mais se adapta a esse novo indivíduo que surge. Isso se justifica na observação que após um processo febril a criança perde o apetite e conseqüentemente também diminua de peso, justamente pela perda de substância proteica mas geralmente, pode-se observar uma transformação positiva na esfera psico-espiritual, uma crise gerando uma evolução.
Esse entendimento auxilia ao pediatra nas intervenções que se façam necessárias, mas respeitando as características dos diversos sintomas e com olhar voltado para uma visão global e, nesse campo específico de atuação médica, antever possíveis manifestações futuras. Considerando toda a personalidade humana, com seu corpo, vida, alma e espírito, estimular e fortalecer as forças que se encontram desvitalizadas com o objetivo de promover o equilíbrio saudável desse organismo e não simplesmente eliminar os sintomas.
Em um anseio mais elevado poderá auxiliar na promoção do desenvolvimento de seres humanos livres que a partir de si mesmos possam dar sentido e direção às suas vidas em um organismo saudável.

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